O ano de 2023 marcou um período de notável estabilidade energética para o Brasil, conforme evidenciado pelo relatório emitido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os setores cruciais, como metalurgia, indústria alimentícia e comércio, foram os que mais exerceram a demanda de energia, desempenhando um papel vital no equilíbrio da carga elétrica do país. Com uma capacidade instalada de 38,4 GW, a energia solar fotovoltaica emerge como a segunda fonte de energia mais significativa do Brasil.
Apesar dos desafios enfrentados pelo setor de energia solar fotovoltaica em 2023, o mercado consumidor está se recuperando gradualmente devido à redução nos preços dos módulos solares e melhorias no retorno sobre o investimento. A perspectiva para o setor é otimista, especialmente com a previsão de aumento na capacidade instalada de energia solar em 2024, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) prevê um aumento significativo na capacidade de geração de energia em 2024, com destaque para fontes renováveis, como eólica e solar. A agência também destacou melhorias na qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica, refletidas em indicadores como Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC).
Segundo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), o desperdício de energia atinge a marca de 22 milhões de kW por ano, correspondendo a um prejuízo financeiro de 1,54 bilhões de dólares, ao se considerar indústrias, residências e comércios.
Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de intensificar os esforços em prol da eficiência energética tanto na indústria quanto nos demais setores. A seguir, destacamos os principais fatores prejudiciais que comprometem essa busca de forma geral no setor comercial e industrial.
O que mais afeta o custo da conta de energia elétrica no setor comercial?
Um levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro revela que os custos relacionados à energia elétrica no setor industrial podem corresponder a mais de 40% dos gastos totais de produção. Esse fator se torna crucial não só para a competição no mercado nacional, mas também para a internacional. A título de exemplo, na indústria automotiva, os dispêndios com energia solar representam aproximadamente 5% do valor final do produto.
As demandas energéticas de cada processo produtivo podem divergir consideravelmente, pois estão condicionadas ao grau de automação da unidade fabril e aos equipamentos requeridos para a fabricação. Além disso, o horário de operação também exerce influência, visto que se a produção for realizada fora dos períodos de pico, o custo da tarifa elétrica tende a diminuir. No entanto, essa prática não é adotada pela maioria das empresas, o que pode resultar em um aumento de até três vezes no custo da energia durante os períodos de pico.
A classe industrial experimentou impactos consideráveis no consumo de eletricidade proveniente da rede nos últimos anos, principalmente devido às repercussões das crises econômicas. A eficiência energética na indústria desempenha um papel crucial na redução de custos e no aumento da competitividade. A falta de medição adequada e a obsolescência dos equipamentos são os principais fatores que levam à perda de energia. Neste cenário, a consideração de investimento em energia solar se apresenta como a alternativa mais viável.
A TTS Energia elabora e executa projetos de energia fotovoltaica que podem atender até 100% da necessidade de energia elétrica, independentemente do porte. As soluções de micro e mini usinas locais ou remotas são indicadas para atender a demanda energética de cada cliente. A abordagem envolve uma análise detalhada da demanda energética e da exposição solar no contexto do empreendimento, além de uma avaliação das necessidades específicas de cada projeto.
Investir em sustentabilidade não só melhora a imagem da empresa, mas também atrai novos negócios e aumenta a lucratividade. A implementação de soluções que promovam a eficiência energética pode ser um investimento acessível e contribuir para o sucesso dos negócios.
O que é necessário para alcançar a redução e ou estabilidade?
O planejamento é essencial para empresas em busca de redução e estabilidade no consumo de energia, como consequência, os pontos positivos são redução dos custos e contratos vantajosos no setor energético. Compreender o fornecimento de energia e suas alternativas, como o mercado regulado e livre, geração distribuída e autoprodução, é fundamental para tomar decisões estratégicas.
A análise do perfil de consumo de energia de cada unidade consumidora, juntamente com a revisão dos contratos de uso do sistema, permite identificar as melhores oportunidades de mercado. Simulações de despesas anuais em diferentes cenários auxiliam na escolha da alternativa mais adequada, considerando tanto os custos imediatos quanto os benefícios a longo prazo.
No mercado livre, é crucial estudar a previsão de diferentes tipos de energia, como convencional, incentivada 50% ou 100%, e considerar aspectos como período de contratação e modalidade de precificação. Já nos projetos de autoprodução de energia, é necessário avaliar tanto soluções locais quanto remotas.
Buscar fornecedores por meio de processos competitivos é recomendado para garantir as soluções mais vantajosas. Uma consultoria especializada pode ser essencial em todas as etapas do processo, desde a análise de soluções até a negociação de contratos planejados.
Além de reduzir custos, o planejamento de energia pode contribuir para a sustentabilidade dos negócios, possibilitando a adoção de fontes renováveis. A eficiência energética também desempenha um papel fundamental, trazendo benefícios ambientais, econômicos e para o sistema elétrico.
Após a instalação, o sistema fotovoltaico demonstra a capacidade de gerar uma redução substancial, atingindo até 95%, nos custos associados à sua fatura de energia. É crucial salientar que a obtenção de uma redução total, de 100%, não é factível devido à persistência de custos fixos, como a taxa de disponibilidade da rede elétrica e a tarifa de iluminação pública, impostas obrigatoriamente e refletidas na fatura de energia do consumidor.
5 Estratégias Eficientes para Economizar Energia Elétrica:
Antes de tudo, é crucial entender a diferença entre economizar energia e alcançar eficiência energética. Enquanto economizar energia implica em reduzir o consumo total, a eficiência energética vai além, buscando maximizar a produção com o mínimo de gastos, sendo assim refere-se à proporção entre a energia consumida durante a execução de uma atividade e a energia fornecida para a realização dessa mesma tarefa.
Quando uma indústria adota uma postura de sustentabilidade e eficiência energética, sua reputação no mercado tende a se fortalecer, resultando em maior lucratividade.
Para ajudar a reduzir esses custos e melhorar a eficiência energética, reunimos 5 dicas valiosas, sabendo que o alto consumo de energia elétrica é um dos principais desafios enfrentados, representando uma fatia significativa dos custos de produção.
Otimize a Iluminação
A iluminação representa uma parcela específica do consumo energético das indústrias. Para reduzir esse gasto, substitua sistemas antigos, como lâmpadas incandescentes e fluorescentes por modelos de LED, que são mais eficientes e resistentes, além de serem recicláveis e podem ser dimerizadas, permitindo assim o controle no seu uso nos horários de menor consumo.
Além disso, aproveitar a luz natural e organizar o espaço para maximizar a entrada de luz, esta é a alternativa com menor custo e pode ser a aliada das iluminações elétricas existentes.
Manutenções, acompanhamento e substituições dos Equipamentos
Equipamentos antigos tendem a ter um maior consumo de energia, apesar de ainda estarem dentro do prazo de vida útil, não são eficientes em termos energéticos, ao substituir esses equipamentos por versões mais modernas, é uma solução viável que pode gerar resultados positivos em um curto espaço de tempo. De fato, essa prática é uma das mais comuns em projetos de retrofit industrial.
Uma alternativa adicional é a instalação de transformadores para ajustar a potência dos equipamentos mais antigos, permitindo que funcionem dentro da faixa de potência nominal compatível com o rendimento do maquinário.
O consumo reativo pode resultar em multas e desperdício de energia. Realize avaliações criteriosas e corrija quaisquer problemas para evitar custos adicionais.
Avalie os Sistemas de Ventilação e Aquecimento
Os sistemas de ventilação e aquecimento são cruciais para o controle de temperatura, mas também podem consumir muita energia. Analise sua demanda e utilize esses sistemas de forma estratégica, ativando-os nos momentos certos.
Os climatizadores e venezianas industriais apresentam diversas vantagens em comparação aos sistemas tradicionais de ar-condicionado, especialmente no que diz respeito à eficiência energética. Reduzem significativamente o consumo de energia, ao mesmo tempo em que impedem o acúmulo de contaminantes no ambiente, são mais simples de serem instalados e requerem menos manutenção.
Adapte o Ambiente para Economizar Energia
Pequenas adaptações no ambiente, como o uso de cores claras , monitoramento e conscientização, podem gerar economias significativas a longo prazo.
Monitorar o consumo de energia é essencial para identificar oportunidades de redução. Considere horários de pico e fora de pico, envolva os colaboradores na busca por soluções, também promova campanhas educativas que colaborem na economia de energia.
Invista em Energia Renovável
A adoção de energia solar nas indústrias implica em um dimensionamento personalizado do sistema, baseado na avaliação precisa do consumo energético atual de cada empresa. Esse processo deve ser conduzido por empresas especializadas.
Os excedentes de energia solar não utilizados podem ser compartilhados com a concessionária local, resultando em créditos energéticos que são descontados na conta de energia, contribuindo para a redução dos custos energéticos. Tendo um retorno sobre o investimento em um período de 4 a 6 anos, oferecendo uma fonte contínua de economia na conta de energia após a amortização do investimento inicial.
A manutenção dos sistemas solares é simples, com custos representando menos de 1% do investimento total, consiste basicamente na limpeza dos painéis para garantir um desempenho ideal.
Conclusão
Em suma, o planejamento de energia é um aspecto crítico para as empresas em busca de otimização de custos, segurança nos contratos e um compromisso efetivo com a sustentabilidade ambiental. Num cenário em que os recursos energéticos são cada vez mais escassos e os impactos ambientais são objeto de preocupação global, as estratégias bem elaboradas neste campo não são apenas desejáveis, mas essenciais.
A eficiência energética, se apresenta como um dos pilares fundamentais para a redução de custos operacionais e para a mitigação do impacto ambiental das atividades empresariais. Ao adotar medidas que visem o uso racional e eficiente dos recursos energéticos, as organizações podem alcançar economias significativas a longo prazo, reduzir sua pegada de carbono além de cumprir com obrigações regulatórias cada vez mais específicas nesse sentido.
Contudo, é importante ressaltar que o sucesso de um plano de gestão energética não depende apenas de medidas internas. O contexto regulatório e político no qual a empresa está inserida desempenha um papel fundamental, cultura corporativa voltada à conscientização dos colaboradores, podem resultar em mudanças de comportamento que levam a economias de energia significativas.
Nesse sentido, as consultorias especialistas e a contratação de empresas especializadas em gestão energética podem ser passos importantes. Profissionais capacitados fornecem análises detalhadas do consumo de energia da empresa, identificam oportunidades de otimização e propõem soluções customizadas que estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização.
Por fim, o planejamento de energia é muito mais do que uma mera preocupação com a redução de custos operacionais. Trata-se de uma estratégia fundamental para o sucesso empresarial no longo prazo, capaz de promover a competitividade, a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa. Ao investir em eficiência energética, na conscientização dos colaboradores e no fortalecimento do ambiente regulatório, as empresas podem não apenas garantir suas próprias opções econômicas, mas também contribuir de forma significativa para a construção de um futuro mais sustentável.
Autora: Kerollyn Ribeiro Engenheira civil - Supervisora de orçamentos na TTS Energia